La exposición nace de una propuesta de artistas - Ana Clara Tito, David Cevallos Diaz, Diogo Goncalves, Erica Storer, Fernanda Andrade, Fernanda Luz, Ian Schuler, Johanna Invrea, Martina Krapp - que actualmente viven y trabajan en la Residencia Artística de la FAAP, en el Edificio Lutetia y significa una reanudación de acciones de esta naturaleza, interrumpidas desde el inicio de la pandemia del Covid 19, aunque hayamos reanudado la participación de artistas en el programa de residencias, desde agosto de 2022.

Lo que puede parecer una obviedad, dadas las circunstancias, es importante recordarlo porque acentúa uno de los aspectos más llamativos de los procesos de residencia artística, que es el del desplazamiento. Una condición que nos fue arrebatada como libre elección, entre las muchas restricciones por las que pasamos durante estos años de pandemia.

La restricción de movimientos, el cierre de fronteras, el aislamiento, la imposibilidad de viajar, entre otras medidas limitantes a las que fuimos sometidos, además de ser insistentemente recordados y cargados, apuntaban a muchas necesidades de las que parecíamos habernos distanciado. Nuestras fragilidades se destacan en medio del espectro de acciones de un nomadismo contemporáneo - y que marca el pasaje del siglo XX al XXI - que buscaba afirmar la singularidad, en oposición a un sentido de globalización totalizante.

La necesidad de buscar formas de experimentar -y vivir- el mundo puede explicar este interés y necesidad de los artistas contemporáneos por buscar residencias, en un mundo marcado por la movilidad, la globalización y la afirmación de lo local como forma de reaccionar ante esta, ahora, permanente transitoriedad

La investigación y el carácter experimental son elementos primordiales en lo que identificamos como práctica y producción artística contemporánea y, en este sentido, se están desarrollando diferentes investigaciones sobre las relaciones individuales de cada artista, a lo largo de este periodo y de la experiencia/proceso en residencia.

A lo largo de los meses de febrero a junio, los artistas estuvieron en estrecho contacto con la ciudad de São Paulo, inmersos en el centro de la ciudad donde se localiza la Residencia y sus alrededores, con el ambiente artístico y cultural de São Paulo y, aún más, con sus inserciones y participaciones en los estudios abiertos, además de los intercambios con estudiantes de artes visuales de la FAAP, algunas de las formas que permiten afirmar el carácter y el sentido de producción en desplazamiento característico de los procesos de residencia artística.

En sus propuestas desarrolladas a lo largo de este periodo, los artistas residentes plantean aproximaciones y desarrollos como Erica Storr con sus indagaciones y cuestionamientos sobre el propio concepto/idea de obra; o la posibilidad de construir un "cuerpo heroico", en las propuestas escultórico-cerámicas de Johanna Invrea; o incluso la perspectiva de confrontaciones con una "arquitectura anónima" de Martina Krapp, y la construcción lúdica con objets trouvés de David Cevallos Diaz. Añádanse las relaciones con los espacios urbanos, sus ruinas, fragmentos y memorias, tal como apuntan las producciones de Fernanda Luz, Ana Clara Tito y Fernanda Andrade; reunidas con las indagaciones y experimentaciones sobre las relaciones de intersección de las imágenes en movimiento/cine de Ian Schuler y, terminando con las dislocaciones físicas y conceptuales en la producción de imágenes de Diogo Gonçalves, desplazadas de la dimensión virtual al espacio real de la materialidad.

Desplazarse es, necesariamente, moverse, es distanciarse de un punto determinado, en el que se ha estado antes y al que nunca se volverá de la misma forma y en la misma condición: se ha producido un intervalo de tiempo entre las dos posiciones ocupadas, aunque sea sucesivamente.

A exposição nasce de uma proposta de artistas - Ana Clara Tito, David Cevallos Diaz, Diogo Goncalves, Erica Storer, Fernanda Andrade, Fernanda Luz, Ian Schuler, Johanna Invrea, Martina Krapp - atualmente vivendo e trabalhando na Residência Artística FAAP, no Edifício Lutetia e significa uma retomada de ações dessa natureza, interrompidas desde o início da pandemia de Covid 19, ainda que tenhamos recobrado a participação de artistas no programa de residência, desde agosto de 2022.

O que pode parecer um dado óbvio, dadas as circunstâncias, é importante ser lembrado porque acentua um dos aspectos mais marcantes dos processos de residência artística que é o do deslocamento. Condição que nos foi retirada como livre escolha, dentre as muitas restrições pelas quais passamos ao atravessar esses anos de pandemia.

A restrição de movimentos, o fechamento de fronteiras, o isolamento, a impossibilidade das viagens, entre outras medidas limitadoras a que fomos submetidos, além de insistentemente lembrados e cobrados, apontou para muitas necessidades das quais parecia termos nos distanciado. Nossas fragilidades se ressaltam meio ao espectro de ações de um nomadismo contemporâneo - e que marca a passagem do século XX para o XXI – que buscava afirmar a singularidade, por oposição a um sentido de globalização totalizante.

A necessidade de buscar formas de experimentar – e vivenciar – o mundo pode explicar esse interesse e necessidade de artistas contemporâneos procurarem as residências, em um mundo marcado pela mobilidade, pela globalização e pela afirmação do local como forma de reação a essa, agora, permanente transitoriedade

A pesquisa e o caráter experimental são elementos primordiais no que identificamos como prática e produção artística contemporânea e, nesse sentido, estão sendo desenvolvidas distintas investigações acerca das relações individuais de cada artista, ao longo desse período e da experiência/ processo em residência.

Ao longo dos meses de fevereiro a junho, os artistas estiveram em estreito contato com a cidade de São Paulo, imersos no centro da cidade onde se encontra instalada a Residência e seu entorno, com o ambiente artístico e cultural paulistano e, mais ainda, com suas inserções e participações nos estúdios abertos, além das trocas com estudantes de artes visuais, na FAAP, algumas das formas que nos permitem afirmar o caráter e o sentido de produção em deslocamento característico dos processos de residência artística.

Em suas propostas desenvolvidas ao longo desse período os artistas residentes propõem abordagens e desdobramentos como Erica Storr com suas indagações e questionamentos sobre o próprio conceito/ ideia de trabalho; ou a possibilidade de construção de um “corpo heroico”, nas propostas escultóricas-cerâmicas de Johanna Invrea; ou ainda a perspectiva de enfrentamentos com uma “arquitectura anónima” de Martina Krapp, e a lúdica construção com objets trouvés de David Cevallos Diaz. Acrescente-se a isso as relações com os espaços urbanos, suas ruínas, fragmentos e memórias como apontam as produções de Fernanda Luz, Ana Clara Tito e Fernanda Andrade; reunidas com as indagações e experimentos acerca das relações de intersecção das imagens em movimento/ cinema de Ian Schuler e, finalizando nos deslocamentos, físicos e conceituais, na produção de imagens de Diogo Gonçalves, transitadas da dimensão virtual para o espaço real da materialidade.

Deslocar-se é, necessariamente, mover-se, é estar distante de um ponto determinado, no qual se esteve anteriormente e para o qual jamais se retornará da mesma forma e mesma condição: um intervalo de tempo ocorreu entre as duas posições ocupadas, ainda que sucessivamente.